N’Goma ou Engoma tem sua origem termonológica do quimbundo que significa tambor, na periferia goma é uma “gíria” que transmite o significado de casa e/ou barraco, na tradição popular goma também remete a cola de amido utilizada para engomar as roupas. A marca N’goma surge em 2017 e consiste em um empreendimento sociocultural promovido pela Cia Treme Terra, que nasce com o propósito de fortalecer a economia criativa por meio de uma linha de roupas personalizadas, customizadas e estilizadas, de valores simbólicos de representatividade estética atrelados a conceitos de identidade e memórias negras, populares e periféricas. N’goma NÃO compactua com mão de obra escravizada e/ou exploração de crianças em situação de vulnerabilidade social. Todas as peças são confeccionadas dentro dos princípios ideológicos praticados por valores de mercado justo, feitos com tecidos ecológicos de algodão 100 % orgânico e malha PET (feita com reaproveitamento de garrafas pets).

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A N’GOMA fica localizada no Butantã, dentro da Casa Afrobase, uma espécie de Hub das artes, um ateliê de cultura que gera oportunidades entre os projetos, coletivos e empreendimentos. O Afrobase é um espaço sustentável, onde conta com placas de captação de energia solar, cisterna para reaproveitamento da água da chuva e composteira, pensando na redução de geração de lixo. Local arborizado com pé de abacateiro, limoeiro, mangueira, laranjeira, aceloreira, goiabeira, horta, ervas aromáticas e medicinais, entre outras. 

 

Nossa goma traz um olhar e uma prática, respeitando os 3 pilares da sustentabilidade, sendo eles social, econômico e ambiental.

 

Quando identificamos a complexidade implicada nos diversos meandros inseridos ao atual momento sócio-econômico que a sociedade brasileira atravessa, podemos também perceber a necessidade de ressignificar modos e mecanismos que despertam a criação de novos modelos de negócios que potencializam “pequenos produtores” como alternativas de oxigenar o mercado financeiro convencional, compreendendo o conjunto de intersecções sistêmicas entre o capital humano de valores intangíveis, capital produtivo (ações, forças de trabalho e investimento) e o capital social em rede (que condiz com o grupo de pessoas e o poder de disseminação). A N’goma atua nos diversos âmbitos da cadeia produtiva, transformando valores culturais imateriais (relacionados ao conhecimento empírico simbólicos da cultura negra, popular e periférica), em valores culturais materiais vinculados a indústria da moda alternativa.

 

Diante de um contexto macro-político, onde os recursos minerais são extraídos em grande escala de maneiras irresponsáveis, causando graves prejuízos, quase que incontornáveis ao ambiente natural, garantir o bem estar da população e a qualidade de vida das pessoas tem sido um grande desafio; valores imensuráveis institucionalizados que quando incorporados aos produtos ofertados, potencializam os novos modelos de negócios associados aos princípios éticos de sustentabilidade comunitária, regional e global.

 

Desta forma, N’goma além de atuar no campo simbólico da representação estética da cultura negra, também contribui para o descarte consciente de dejetos plásticos transformados em tecidos, gerando impacto positivo na cadeia da indústria têxtil ao trabalhar com materiais confeccionados com algodão orgânico (respeitando o ecossistema natural sem a utilização de agrotóxicos, colhidos em fazendas com profissionais devidamente regularizados). 

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